Que Nicolas Jaar parece estar na moda, não há dúvidas. O produtor nasceu em 1989 em Nova York mas foi criado em Santiago do Chile até os 14 anos, quando voltou para sua cidade natal, tem dado que falar. Os seus temas ficam no ouvido, com a sua elegância, um certo exotismo e alguma originalidade. O seu deep house e minimal é capaz de agradar a muitos e bons ouvintes. Se tivermos em conta que começou a produzir música aos 14 anos e que já cria estas “pérolas” é bem provável que o futuro lhe seja risonho. A receita é arriscada e beira música de elevador pra moderninhos: house elegante de audição caseira, com um ecletismo supermanjado que bebe de reggae, IDM e música de piano sem no entanto se deixar contaminar profundamente. Trabalha com um eixo de economia e elegância que favorece a eufonia mais comum e soa tão descompromissado quanto nossos jovens profissionais liberais que admiram mais o dinheiro do que a expressão pessoal. Mas isso seria vender muito apressadamente o trabalho de Nicolas Jaar. É certo que é uma música (boa parte dela, ao menos) absolutamente palatável para festinhas de lançamento de produtos, mas sua sensibilidade vai muito além disso. Sua sofisticação pode ser encarada como charme de hipster e revela uma personalidade coerente e incrível em ação, tendendo na verdade mais à introspecção do que à necessidade de mostrar bom gosto. O diferencial é o talento.
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